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A mostrar mensagens de setembro, 2019

Perdoa-me, Felicidade

Quando a Felicidade passou. Foi-se embora, levada por uma onda sonora. Vai inundar outra existência. É que, como todas as coisas, (Porque é isso que ela é, uma coisa, Um objeto concreto.  Quem diz o contrário, é porque nunca a viu. Eu já a vi. E se a vejo é porque é.) a Felicidade não consegue estar ao mesmo tempo, em todo o lado. Quando está por aqui, esqueço-me dela. Mas se vai embora, consigo vê-la ao longe, noutra vida. E logo me arrependo de não lhe ter dado a devida atenção. É o que dá, não reparar nas coisas importantes. Estava tão concentrada em trivialidades (como o que fazer amanhã), que me esqueci de lhe dar o melhor de mim. Ela dá-me sempre o melhor de si. Espero que não a tenha magoado. Espero que volte em breve. Tenho medo que um dia se canse e que não queira voltar. Espero que esse dia não seja hoje. Perdoa-me, Felicidade.

A ausência trouxe incoerência

A ausência trouxe incoerência. Sinto-me só. E que adianta rodear-me de gente, se nenhuma gente és tu? Falta poesia, Uma música a passar. Ficou tudo quieto, distante e constante. E as casas e as ruas, as árvores e o céu, levam-me no tempo, de volta ao que já foi. Quando mudar, e mudar de casas e de ruas e de árvores e de céu, vou voltar a ouvir uma música. Uma música diferente. Mas a nossa vai continuar a tocar, algures nestes recantos. E se um dia voltarmos, o tempo vai voltar connosco.

Vem aí a chuva

Vem aí a chuva. E trás os trovões. Tenho saudades da tempestade, Tenho saudades de ti. E ao ouvi-la, Ao sentir a sua força, Questiono-me da minha. Na impossibilidade de dizer, fico a pensar no que diria. Eu quero parar. Destruir esta sensação. Mas eu não sou tempestade, Ou tampouco um trovão. A minha vontade Não é forte o bastante Para parar a saudade.