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April

  It’s April and I wonder if the Atlantic wind will take the smell of freedom to that side of the world. It’s April and I am wearing red carnations. I rise them in the air as scream from the soul: I am ready to fight. It’s April and I walk on my bare feet on years of history preserved in warm stones. It’s April and the sun is going down slowly, while I try to save it on my skin. It’s April and a storm is coming, reminding us that it’s the time of change. It’s April and between sunbeams, rain and rainbows, there is always the smell of freedom in the air. It’s April and April is me.

Passou uma hora e depois outra

  Passou uma hora e depois outra. Passou um dia e depois outro. E a cada tempo que passa, o silêncio torna-se mais alto. Continuo à espera, esperando e esperando que, se chegar uma palavra, não seja a última. E entre esperas, há novos começos. Novas histórias para contar, um novo quarto para amar. Deixo espaço para ti, nesta cama desconhecida, sem saber se os meus devaneios não te levaram embora. Se a incerteza é o preço da poesia, caminho de olhos fechados e de ouvidos tapadas, mas com firmeza no passo. O tempo mudou: Passam sete horas e agora mais outra.

Banco de Jardim

Banco de Jardim   Lembro-me dos tempos em que escrevia poesia num banco de jardim. Foi noutra vida, era outro eu. Lembro-me dos tempos em que me deixavam poemas num banco de jardim. Foi um desses acasos extraordinários, daqueles que me fazem viver. Dois estranhos de realidades paralelas que, um dia, se cruzaram num banco de jardim. Do is estranhos com um segredo, que partilhavam um momento, ali, naquele banco de jardim. E todos os dias, durante o tempo em que a música durou, corria rua abaixo, até à beira rio, a ver se o acaso me tinha trazido fortuna. Havia dias sem novidades, mas eram esses dias que traziam sentido às palavras. Era a espera, a antecipação, a esperança que o último poema, não teria de facto sido o último. Até que esse dia chegou. Li último poema, sabendo que seria último. Como a própria existência, que só existe durante um momento. O meu coração ficou nesse banco de jardim e, desde então, procuro o desconhecido. O desconhecido que ouve a

love promises in the sand

Someone wrote love promises in the sand. Poor fools. The ocean, that fierce beast, will soon wash them into oblivion and, just like that, they will be gone. Such a naíve thing, pick up wild flowers or sing love songs. The flowers will die soon, the songs are already lost in the air.  What an ephemeral being, this thing we call love. It's framed in time and can not escape from it. Poor fool. It believes it can exist forever without realizing eternity itself is a legend, a mythical creature that only lives in fairy-tales.  There is not such a thing as eternal love.   All we have is temporary love.  So let's love while we still have time. Let's be as fool as love and write love promises in the sand, pick-up wild flowers and sing love songs. One day, time will be gone so as love, and the memories of the fool things is the only proof that, once upon a time, I loved and I was loved. I don't know who I am anymore, but I know I am not me. This wasn't the language o

Saudade

Saudade é um ser que respira quando estás longe. É a casa que perdes, algures no caminho. O caminho segue e tu segues com ele.  Há coisas que encontras, na berma da estrada, que não cabem no bolso.  Pertencem à paragem, àquele lugar.  São gigantes de alma inquieta. Nada mais resta fazer senão sentir esse ser: Saudade é um ser que respira quando estás longe.

Saudade

Saudade é um ser que respira quando estás longe. É a casa que perdes, algures no caminho. O caminho segue e tu segues com ele.  Há coisas que encontras, na berma da estrada, que não cabem no bolso. Pertencem à paragem, àquele lugar. São gigantes com alma da terra que encontras só para que se possam perder. Nada mais resta fazer senão sentir esse ser: Saudade é um ser que respira quando estás longe.

Há espera do sol

  Há espera do sol. O gigante de Fogo anuncia a sua chegada. A Terra ganha formas e cores, revelam-se texturas e vestígios do que já foi. As nuvens rosadas, junto uma terra de outra gente, já o vêem. Até lá, um mar de areia preguiçoso move-se discretamente. O paço é lento, invisível para olhos pequenos. Desconfio que seja  envergonhado. As dunas são ondas sábias e o deserto é o mar do passado que, quando iluminado, conta histórias a quem presta atenção.   Há espera da luz. As primeiras partículas anunciam a sua chegada. A Terra ganha formas e cores, revelam-se texturas e vestígios do que já foi. As nuvens rosadas, junto uma terra de outra gente, já a vêem. Por cá, uma colina de pedras preguiçosas movem-se discretamente. O paço é lento, invisível para olhos pequenos. Ainda assim, reconhece-se a afluência do tempo. As ruínas são silhuetas sábias, são traços do passado que, quando iluminadas, contam histórias a quem presta atenção.