Uma noite à beira-rio
Um dia hei-de fazer uma peça, escrita numa nota melancólica, sobre este espelho inquieto pintado de pirilampos. Serás tu a trocá-la?
Vejo a melodia, desenhada com cordas
exóticas e mãos ágeis.
As mãos... Pergunto-me se serão seguras... Dançam sobre a viola delicadamente, mas parecem firmes.
As aparências... Não quero falar sobre o que é parecer... Só pareço que sou.
Chegou a voz. Veio tímida, com texturas graves e suaves, proferindo sons desconhecidos. Serão palavras? Serão lamentos ou murmúrios de sentimentos? Penso que são ecos de outros tempos.
De um tempo, talvez, em que a realidade era mais real. Será isto a definição de magia? Um momento de entendimento de ritmos, onde o tempo não corre?
O ritmo... Sinto-o no corpo... Ora lento, ora rápido. Ora triste, ora alegre. Mas trás sempre a profundidade do rio: repleto de vida, com os seus rodopios deslizando sob um manto de paz.
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