No final da rua


No final da rua,
na pedra escura,
esperava 
a menina de face
rosada
e lábios de tinto.
Os olhos de longe
eram labirinto
de sonhos
e de sofrimento.
De fogo
e atrevimento.

No final da rua,
na pedra escura,
sonhava 
que amava,
sonhava
que a queriam.
(Talvez estivesse 
errado,
talvez apenas quisesse
ver o meu ser 
espelhado)

No final da rua,
na pedra escura,
um carro parou
e a menina entrou.
Não tentei
adivinhar 
para onde ia.
Não esperei 
que pudesse voltar.
Segui o caminho,
e quando cheguei ao 
fim da rua,
olhei para a pedra escura
que me suportava.
Percebi que 
aquela pedra
era tudo que
realmente importava. 

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