Coletânea de palavras escritas, que se transformam numa espécie de prosa poética ou poesia prosaica, como resultado de turbilhão de pensamentos aleatórios.
Que parvoíce, desenhar... Que parvoíce ainda maior desenhar espelhado. A esquerda está à direita e os ângulos todos trocados. O mundo está virado ao contrário! As palavras também. Que se foda a realidade! Que aborrecido, desenhar o que já existe... Ainda mais chato é pensar em como a sua existência existe. (São as palavras que me salvam de mim)
Hoje ouvi uma expressão estranha. O estranho, o anormal, o esquisito são portadores de uma beleza diferente. Uma beleza inestética, desproporcional e assimétrica. Fumar o tempo, disseram-me. Há conversas que são como fumar o tempo. Em que o mundo se transforma num nevoeiro distante, uma névoa branca indiferente. E estás tão concentrado nas palavras que o tempo para, os problemas são figuras distantes e absorves cada gesto e cada som. Como se fossem objetos concretos, capazes de serem fumados.
Presa numa rede de ideias, Só me saem coisas feias. Não consigo ver além. Não consigo ser alguém Mais do já sou. Maior do que eu, Melhor do que serei. É um jogo viciado, O dado foi lançado. Sou profeta de uma fortuna Desventurada, Em que a descrença Torna-se uma sentença.
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