Poema da Primavera

 

Tenho um poema no bolso,
que não quer ficar calado.
As palavras têm vontade,
estas cantam liberdade.

Meti a mão ao bolso
e tirei-o com carinho,
mas o poema inquieto,
com vontade de voar,
escorregou para chão.
Camuflado de pétalas e chilreares,
misturou-se na Primavera
e eu deixei de o ver.
Mas há coisas que têm de ser perdidas,
para que se consigam encontrar.
Não o tentei descobrir e,
num sussurro,
pedi ao vento que o ajudasse a voar.
Hoje é Primavera.
É da terra que se nasce
e da água que se cresce.
Hoje o poema que caiu no chão,
voará com o vento.
Não sei para onde irá ou se procura alguém.
Mas encontrará o seu lugar e,
quando chover,
germinará para um dia florescer.

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