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A mostrar mensagens de novembro, 2018

Fra(n)co

Um dia as lágrimas hão de secar.  Enquanto esse dia não chega,  resta-me gritar.  (É que as lágrimas são o grito da alma.)  Sinto-me vazia e distante.  Perdida numa vida sufocante.  Incompleta, impotente, incapaz.  Esquecida, e tento voltar atrás.  Mas o tempo continua a passar,  sem parar,  e eu continuo a escrever  na direção contrária,  usando poesia ordinária.  Falta-me um pedaço no corpo.  Falta-me felicidade.  Falta-me vontade.  Falta-me querer, falta-me fazer.  E choro e grito, mas ninguém ouve.  Nunca ninguém ouve.  E cabe-me a mim levantar e fingir.  Está tudo bem. Está sempre tudo bem,  mesmo quando o mundo se vira ao contrário.  E mesmo nesse cenário,  nesse caos imaginário,  as lágrimas são proibidas.  São inimigas.  Afinal, quem é fra(n)co o suficiente  para chorar em frente de gente?