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A mostrar mensagens de outubro, 2018

Às vezes digo o que sinto

Às vezes digo o que sinto, muitas vezes sinto o que digo. Por vezes digo sem sentir e sempre sinto sem dizer. Se calhar devia dizer mais e sentir menos. Mas temo que se sentisse menos perderia-se o sentido de viver. Se calhar devia dizer mais e sentir mais. É que as palavras têm um impacto que provoca sentimentos e fazer dizer é fazer sentir. É tocar a alma. E se mais gente disser o que sente e sentir o que diz, torna-se fácil  coexistir,  conviver e conectar. Partilhar histórias e aventuras, amizades e amarguras. Partilhar felicidade, partilhar verdade.

Casaco e cadeira

Era uma vez um casaco e uma cadeira. Ou melhor, um casaco pousado numa cadeira. Pode-se pensar que tal imagem é pouco poética, que não é digna de ser cantada. Mas reparem: é nos mais ínfimos e ordinários momentos do dia-a-dia que a magia acontece. E eu acho que um casaco bege, pousado sobre as costas de uma cadeira da mesma cor é motivo suficiente para celebrar aquilo que poderá (ou não) ser arte.

O silêncio da noite

O silêncio da noite arrepia. É esmagador, avassalador, purificador. Permite ouvir as vozes que ecoam na mente, no corpo e no ar. As vibrações, as diretrizes, as direções. No silêncio da noite, tudo faz sentido. O caos molda-se, transforma-se em objetos concretos, ganha formas conhecidas, e de repente, subitamente, sabes o que fazer. É no silêncio da noite que eu sonho e é nele que a realidade me encontra. Às vezes tento escapar, mas num jogo do toque e foge, ela acaba sempre por me apanhar. E eu dou-lhe a mão, tal velhas amigas, e seguimos juntas, numa nostalgia perdida, numa noite banal, num silêncio imortal.